quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PARALELOGRAMO: Exposição 2013

PARALELOGRAMO



TEXTO DA CURADORIA

Paralelogramo:
exposição de Fabricius Nery

“Eu sou tudo o que foi, tudo o que é, e tudo o que será, e meu véu, nenhum mortal ainda o suspendeu”.  (Plutarco)

O título da exposição de Fabricius Nery, “Paralelogramo”, já indica a área de interesse de sua poética. Esquadrinhar formas, figuras e cores, eis o caminho adotado pelo artista. Pintura de formas que anseiam pela geometrização, que une uma vontade arquitetônica de construção à prática do corte cinematográfico, buscando desnaturalizar a figura e impondo a necessidade da montagem da realidade, numa narrativa sempre sob suspeita, pelos olhos do expectador.
Se nas suas telas como um todo existe uma sucessão de fragmentos, não deixando o artista de trazer o corte para dentro do próprio desenho de cada parte da sua pintura. Tanto que até as cores existem aos pedaços, por vezes dinamizando as figuras, ampliando as formas geométricas e criando uma impossibilidade de descrição do real no resultado final da composição.
Para Fabricius Nery, a ideia de construção supera o desejo de expressão. As imagens são pensadas e criadas dentro de um procedimento que se inscreve na tradição construtiva da pintura (Cézanne, Picasso, Léger, Malevitch) e de uma ironia e uso de cores próximas à pop arte. Ainda pode-se pensar nas deformações das figuras como uma relação de admiração pelos artistas Francis Bacon e Egas Francisco, de importância decisiva para Fabricius, que do último aprendeu a abandonar a descrição objetiva do real e a desnaturalização da figura humana.
Apesar desta saudável dívida com a tradição, um caminho pessoal se advinha nas suas pinturas. A correlação entre o orgânico e o geométrico é um campo novo de exploração plástica onde Fabricius tem mostrado grande desenvoltura.
Sua pintura revela o sentido do mundo contemporâneo, aquele que diz que a realidade só pode ser entendida por seus fragmentos e que o sentido que atribuímos à realidade não passa de uma sucessão de pedaços que montamos segundo nosso desejo.
(Jardel Dias Cavalcanti – Dr. em História da Arte pela Unicamp e Prof. de História da Arte e Crítica de Arte da Universidade Estadual de Londrina- UEL)
FOTOS DA ABERTURA DA EXPOSIÇÃO

Leandro Rocha, Jardel Cavalcanti (curador), Renata Strazzacappa,
Egas Francisco, Fabricius Nery
















 Fabricius, Julio e Eva (da Galeria Antigo e Moderno)











 Fabricius montando a exposição




 Texto do curador

 Texto do Egas Francisco para a exposição







 Renata Barone, Egas e Rose





Obra do artista convidado: Gomes Heleno:






Obra da artista convidada da exposição: Kate Manhães